Não se desespere.
O desespero é o lamento das almas vazias.
Há uma sabedoria infinita no comando da
existência humana, e quem nela acredita não cai no desespero dos desequilíbrios
naturais, pois sabe que tudo não passa de ajustes nas camadas trevosas no
universo, e a luz na escuridão deixa a humanidade cega para o real valor da
vida.
O egoísmo é a grande epidemia da humanidade.
O homem é o maior destruidor dele mesmo, e desde que quando existe vida há
passagem, e todos passarão.
Talvez o momento seja alarmante pela
informação que transita mais veloz.
Sempre houve pestes e tragédias, mas o fim do
mundo não está próximo. Estamos apenas no começo de novos tempos onde a dor nos
ensina a valorizar o riso, onde a morte nos mostra que vida é mais que ter, que
quem partiu é apenas um passageiro que nos esperará na próxima estação.
É provável que, com as reflexões do tempo que
se passa, o egoísmo morra e dê lugar a caridade, que os semeadores do mal possam
descobrir a semente do bem, e que os que amam continuem amando ainda mais, pois
o tempo que começa é o tempo do sentido oposto.
O tempo de agora é para refletir sobre o que se
é, e não sobre o que se tem, sobre o que possa dar, e não explorar aos que já servem,
sair do confinamento da dor da solidão, e colocar na alma a energia do perdão,
da fraternidade e do amor.
A vida é o bem mais real que conquistamos, a
morte é apenas uma das prestações de conta desse bem que nos foi confiado.
Não se desespere. O desespero é o lamento das
almas vazias.
Encha sua alma com a luz da fé, a força da
esperança, e deixe nela brotar a semente do amor. Um dia sua alma produzirá
bons frutos, e os tempos de agora serão só memórias para novas esperanças.
Luis de Castro (Lucarocas)
Fortaleza, 19 de março de 2020.
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